Madrid, lar doce lar

Depois de aproximadamente 2 meses, aqui estou eu outra vez em Madrid. Uma relação de 3 anos que acabou pelo hábito mutúo, mas que preserva um amor para a vida. Madrid será sempre especial para mim e eu nunca serei “mais uma” para ela.

A sensação de voltar a encontrar esta cidade é reconfortante. Dá uma segurança de que vai haver sempre uma aura especial entre nós. Já nos conhecemos bem, por isso não faz falta percorrê-la e explorá-la. Simplesmente desfrutá-la.

Caminhar nas longas avenidas “madrileñas” repletas de luzes natalícias, sentir o movimento urbano constante, comer um pincho de magret no Mercado de San Antón, reencontrar amigos de longa data, os cheiros e as cores características… Até do metro eu tinha saudades!… (o melhor metro do mundo).

A verdade é que tive que vir por questões burocráticas relacionadas com a emissão do meu visto de trabalho no Brasil. Dado que passei neste país os últimos 4 anos da minha vida, muita da documentação tem que ser legalizada em Espanha. Mas não me importo nada. Afinal “vir a casa” é um termo muito amplo, e a minha casa nos últimos 4 anos foi esta. Da mesma maneira que tenho necessidade de ver a minha família e amigos de sempre em Lisboa, as saudades apertam das pessoas únicas que conheci aqui e da atmosfera “castiza” inigualável. Em Madrid passei os dias mais felizes da minha vida e isso ficará marcado para sempre.

Mas essa é uma consequência inevitável de viver em diferentes lugares: o conceito de “casa” aumenta, as saudades multiplicam-se e deixamos sempre um pedaço de nós próprios, simplesmente porque fomos felizes. E quando voltamos, sentimos algo como: “eu pertenço aqui”.